quarta-feira, 11 de março de 2015

Susana e o julgamento de Danyahu 13

 
 
Susana e o julgamento de Danyahu  13

13 1Havia um homem que morava em Babilônia, chamado Joaquim. 2Ele tinha desposado uma mulher

chamada Susana, filha de Helcias, muito bela e temente ao Senhor. 3Seus pais também eram justos e haviam

educado a filha na lei de Moisés. 4Joaquim era muito rico e possuía um jardim contíguo à sua casa. A ele

acorriam os judeus, porque era o mais ilustre deles todos. 5Naquele ano haviam sido designados como juízes


dois anciãos do povo, a respeito dos quais falou o yahveh: "A iniqüidade saiu de Babilônia, dos anciãos, que
só aparentemente guiavam o povo". 6Esses dois freqüentavam a casa de Joaquim, e todos os que tinham

alguma questão a julgar vinham a eles. 7E acontecia que, ao retirar-se o povo pelo meio- dia, Susana

costumava entrar para um passeio no jardim do seu esposo. 8Os dois anciãos, que a observavam diariamente

enquanto ela entrava e passeava, puseram-se a desejá-la. 9Perverteram assim a sua mente e desviaram seus


próprios olhos, de modo a não olharem para o Céu e não se lembrarem dos seus justos julgamentos.
10Ambos ardiam de paixão por causa dela, mas não comunicavam um ao outro o seu tormento. 11Eles

sentiam vergonha de revelar a própria paixão, isto é, o fato de quererem juntar-se com ela. 12Mas

diariamente se escondiam, com avidez, procurando vê- la. 13Certa feita, disseram um ao outro: "Vamos para

casa, pois é hora do almoço". De fato, saindo, separaram-se. 14Mas, tendo ambos retrocedido, encontraramse


no mesmo lugar e, perguntando um ao outro o motivo, confessaram a própria paixão. Então, de comum
acordo, combinaram o momento em que poderiam encontrá-la sozinha. 15E sucedeu que, enquanto


esperavam um dia favorável, ela entrou, certa vez, como fizera nos dias anteriores, acompanhada apenas de
duas meninas. E pensou em tomar banho no jardim, porque fazia calor. 16Não havia ninguém ali, exceto os

dois anciãos que, escondidos, a espreitavam. l7Ela disse então às meninas: "Trazei-me óleo e bálsamo, e

fechai a porta do jardim, porque vou banhar-me". 18Elas fizeram como lhes fora dito: fecharam


cuidadosamente as portas do jardim e saíram por uma porta lateral a fim de buscar o que lhes fora ordenado.
E não perceberam a presença dos anciãos, que se achavam escondidos. 19Apenas saíram as meninas,

levantaram-se os dois anciãos e correram para ela, 20dizendo: "As portas do jardim estão fechadas, ninguém

nos vê, e nós te desejamos. Por isso, consente conosco e junta-te a nós! 21Se recusares, testemunharemos

contra ti que um moço esteve contigo, e que foi por isso que afastaste de ti as meninas". 22Susana gemeu,


dizendo: "Estou cercada por todos os lados: se eu fizer isso, aguarda-me a morte; e se eu não o fizer, não
escaparei de vossas mãos. 23Mas é melhor para mim, não o tendo feito, cair em vossas mãos, do que pecar

diante do Senhor". 24Gritou então Susana em alta voz, mas os dois anciãos também gritaram contra ela,

25enquanto um deles corria para abrir as portas do jardim. 26Ao ouvirem a gritaria no jardim, os familiares

precipitaram-se pela porta lateral para ver o que acontecera com ela. 27Quando, porém, os anciãos deram a


sua versão dos fatos, os empregados sentiram-se profundamente envergonhados, porque jamais se dissera
algo semelhante a respeito de Susana. 28No dia seguinte, ao reunir-se o povo na casa de Joaquim, seu


marido, vieram também os dois anciãos, cheios de iníquo propósito contra Susana, pretendendo condená-la
à morte. 29E assim falaram, diante do povo: "Mandai chamar Susana, filha de Helcias, a que é mulher de

Joaquim". Chamaram-na, pois, 30e ela compareceu. Vieram também seus pais, seus filhos e todos os seus

parentes. 31Ora, Susana era muito delicada e bela de rosto. 32Como estivesse velada, aqueles malvados

ordenaram que lhe retirassem o véu, a fim de poderem fartar-se da sua beleza. 33Entretanto, choravam os

que estavam com ela e todos os que a viam. 34Então, levantando-se no meio do povo, os dois anciãos

impuseram-lhe as mãos sobre a cabeça. 35Ela, chorando, olhava para o céu, porque o seu coração tinha

confiança no Senhor. 36Falaram então os anciãos: "Enquanto passeávamos sozinhos no jardim, esta mulher

entrou com duas servas. Depois, fechou as portas do jardim e despediu as servas. 37Nesse momento

aproximou-se dela um jovem, que estava oculto, o qual deitou-se com ela. 38Nós, que estávamos em um

canto do jardim, ao vermos a iniqüidade, corremos sobre eles, 39chegando a vê-los juntos. Quanto a ele, não

conseguimos agarrá-lo porque era mais forte do que nós e, tendo aberto as portas, saltou para fora. 40A ela,

porém, agarramos e perguntamos quem era o jovem, 41mas não quis dizê-lo para nós. Disto somos


testemunhas". A assembléia creu neles, pois eram anciãos do povo e juízes. E julgaram- na ré de morte.
42Susana clamou então em alta voz, dizendo: "Ó yhvh eterno, que conheces as coisas ocultas, que sabes

todas as coisas antes de sua origem, 43tu sabes que é falso o testemunho que levantaram contra mim. Eis,

pois, que vou morrer, não tendo feito nada do que estes maldosamente inventaram a meu respeito". 44E o

Senhor escutou a sua voz. 45Enquanto a levavam para Fora, a fim de ser executada, suscitou yhvh o rukha kadosh em um jovem adolescente, chamado Danyahu, 46o qual clamou em alta voz: "Eu sou inocente do sangue

desta mulher!" 47Voltou-se então todo o povo para ele, dizendo: "Que palavra é esta, que acabas de

proferir?" 48E ele, de pé no meio deles, respondeu: "Tão insensatos sois vós, ó filhos de yahshorul(Israel?) Sem

julgamento e sem conhecimento claro vós condenastes uma filha de Israel? 49Voltai ao lugar do julgamento,

pois é falso o testemunho que esses homens levantaram contra ela". 50E o povo todo voltou, apressadamente.


E os outros anciãos lhe disseram: "Senta-te no meio de nós e expõe-nos o teu pensamento, pois yhvh te deu
o que é próprio da ancianidade". 51Disse-lhes então Danyahu: "Separai-os bastante um do outro, e eu os

julgarei". 52Tendo sido separados um do outro, chamou o primeiro deles e disse-lhe: "Ó tu que envelheceste

no mal! Agora aparecem os teus pecados, que cometeste no passado: 53fazendo julgamentos injustos,


condenavas os inocentes e absolvias os culpados, apesar de o Senhor dizer: 'Tu não farás morrer o inocente
e o justo!' 54Agora, pois, se é que a viste, dize-nos debaixo de que árvore os viste entretendo-se juntos". E

ele respondeu: "Debaixo de um lentisco". 55Retrucou-lhe Danyahu: "Mentiste perfeitamente, contra a tua


própria cabeça! Pois o anjo de yhvh, já tendo recebido a sentença da parte de yahveh, te rachará pelo meio".
56Mandando sair este, ordenou que trouxessem o outro. E disse-lhe: "Raça de Canaã e não de Judá, a beleza

te extraviou e o desejo perverteu o teu coração.57Assim procedíeis com as filhas de yahshorul (Israel,) e elas, por medo,

se entretinham convosco. Mas uma filha de Judá não se submeteu à vossa iniqüidade. 58Agora, pois, dize-me


debaixo de que árvore os surpreendeste entretendo-se juntos". E ele respondeu: "Debaixo de um carvalho".
59Retrucou-lhe Danyahu: "Mentiste perfeitamente, tu também, contra a tua própria cabeça. Pois o anjo de yahveh

está esperando, com a espada na mão, para te cortar pelo meio, a fim de acabar convosco." 60Então a


assembléia inteira prorrompeu num clamor em alta voz, bendizendo ao yhvh que salva os que nele esperam.
61E levantaram-se contra os dois anciãos porque Danyahu, por sua própria boca, os havia convencido de falso


testemunho. E fizeram com eles da maneira como haviam maquinado perversamente contra o próximo,
62agindo segundo a Lei de Moisés. Mataram-nos, portanto, e assim foi poupado o sangue inocente, naquele

dia. 63Então Helcias e sua mulher elevaram um hino a yhvh por causa de sua filha Susana, com Joaquim seu

marido e todos os seus parentes, porque nada de torpe havia sido encontrado nela. 64Quanto a Danyahu desse
dia em diante tornou-se grande aos olhos do povo.

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