Mitra (mitologia)
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Mitra | |
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Escultura de Mitra e o touro no Museu Britânico, em Londres | |
Amigo deus persa da sabedoria, do sol e da guerra | |
animal | javali Verethraghna |
transporte | carruagem |
símbolo | touro |
Portal de religião |
Existem referências a Mitra e a Varuna de 1400 a.C. como deuses de Mitanni, no norte da Mesopotâmia.[3] . Entre os persas, apareceu como filho de Aúra-Masda, deus do bem, segundo as imagens dos templos e os escassos testemunhos escritos. Mitra nasceu perto de uma fonte sagrada, debaixo de uma árvore sagrada, a partir de uma rocha (a petra generatrix; Mitra é, por isso, denominado de petra natus). Sua primeira menção é de aproximadamente 3400 anos atrás, sendo descrita como companheira de Varuna, o deus do equilíbrio e da ordem do cosmo. Por volta do século V a.C., passou a integrar o panteão do zoroastrismo Persa: a princípio, como senhor dos elementos; depois, sob a forma definitiva do deus solar. Após a vitória de Alexandre, o Grande, sobre os persas, o culto a Mitra se propagou por todo o mundo helenístico. Nos séculos III e IV da era cristã, as religiões romanas, identificando-se com o caráter viril e luminoso do deus, transformaram o culto a Mitra no mitraísmo.
História[editar | editar código-fonte]
Segundo Heródoto, Mitra era a deusa Afrodite Urânia, trazida pelos assírios com o nome Mylitta e pelos árabes com o nome Alitta.[4] Mitra, assim como os demais deuses persas, não tinha imagens, templos ou altares, porque, diferentemente dos gregos, os persas acreditavam que os deuses tinham uma natureza diferente da dos homens.[4]O culto de Mitra chegou à Europa através desses povos, ganhando, na Grécia antiga, uma efêmera analogia à deusa Hemera pouco antes do nascimento de Alexandre Magno. Com a adoção da religião grega pelos romanos em 146 a.c., Mitra foi literalmente adotada como a equivalente de Hemera, se mantendo assim até o século III. Em Roma, foi objeto de culto de alguns imperadores, ao lado de Sol Invicto: ambos eram os Protetores do Império.
O símbolo de Mitra era o touro, usado nos sacrifícios à divindade. A morte do touro, que representaria a Lua, era característica desse mistério, que se espalhou pelo mundo helênico e romano por meio do exército. A partir do século II, o culto a Mitra era dos mais importantes no Império Romano e numerosos santuários (mitreus; mithraea) foram construídos. A maior parte eram câmaras subterrâneas, com bancos em cada lado; em raras vezes, eram grutas artificiais. Imagens do culto eram pintadas nas paredes, e, numa delas, aparecia, quase sempre, Mitra, que matava o touro sacrificial.
Algumas peculiaridades do mitraísmo foram agregadas a outras religiões, como o cristianismo. Por exemplo, desde a antiguidade, o nascimento de Mitra era celebrado em 25 de dezembro.(mesma data do Natal de Jesus adotado no calendário atual) O mitraísmo entrou em decadência a partir da adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano. A principal razão para a decadência do mitraísmo frente ao cristianismo foi o mitraísmo não ser tão inclusivo quanto a religião cristã. O culto a Mitra era permitido apenas aos homens, e ainda assim apenas aos homens iniciados em um ritual que acontecia somente em algumas épocas do ano.
O ritual de iniciação na religião mitraica consistia em levar o neófito até o altar de Mitra, amarrado e vendado, onde o sacerdote oferecia, a ele, a Coroa do Mundo, colocando-a sobre sua cabeça. O neófito deveria recusar a coroa e responder: "Mitra é minha única coroa". O culto a Mitra passou por diversas transformações, difundindo-se gradualmente até alcançar um lugar proeminente na Pérsia e representar o principal oponente do cristianismo no mundo romano, nas primeiras etapas de sua expansão.
A religião mitraica tinha raízes no dualismo zoroástrico (oposição entre bem e mal, espírito e matéria). Nos cultos helenísticos, Mitra passou a ser "um deus do bem" criador da luz e em luta constante contra a divindade obscura do mal. Seu culto estava associado a uma existência futura e espiritual, completamente libertada da matéria. O culto era celebrado em grutas sagradas onde o principal acontecimento era o sacrifício de um touro, cujo sangue fazia brotar a vida, propiciando a imortalidade.
Referências
- Ir para cima ↑ WILKINSON, P. O livro ilustrado da mitologia: lendas e histórias fabulosas sobre grandes heróis e deuses do mundo inteiro. Tradução de Beth Vieira. 2ª edição. São Paulo. Publifolha. 2002. p. 27.
- Ir para cima ↑ WILKINSON, P. O livro ilustrado da mitologia: lendas e histórias fabulosas sobre grandes heróis e deuses do mundo inteiro. Tradução de Beth Vieira. 2ª edição. São Paulo. Publifolha. 2002. p. 27.
- Ir para cima ↑ Arthur Berriedale Keith, Indian Mythology, Capítulo I, The Gods of Sky and Air, 23
- ↑ Ir para: a b Heródoto, Histórias, Livro I, Clio, 131
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Campbell, Joseph, As máscaras de Deus: mitologia ocidental, tradução de Carmen Fischer. São Paulo: Palas Athena, 2004. ISBN 85-7242-050-9
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